sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

31 de Janeiro

Rua São Pedro, nº 168, 3º andar, banheiro feminino...

Um olhar no espelho, uma duvida nasce, seguida de outra e outra e mais outra...

Quem será essa que estou olhando agora?

Há muito tempo atrás descobri que tenho mil faces, mil maneiras de ser, tantas que me perdi entre elas. Hoje nesse momento, de frente a esse espelho não sei quem sou, não reconheço esse olhar, nem esse sorriso forçado...

Para qual das faces de mim mesma estou olhando?

Já identifiquei quatro, que agiam em separado, em momentos oportunos, cada uma em sua área, que era perfeito. Mas agora, elas se misturam e se contradizem, aparecem quando não são chamadas, se confundem, me confundem.

Quem é essa que estou olhando agora?

Isso me faz lembrar um trecho de Clarisse Lispector : "Não é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus."

Será que cada uma das que sou são esboços inacabados de mim mesma?

E a musica de Ana Carolina tocando ao fundo: “... de tantas mil maneiras que eu posso ser, estou certa que uma delas vai te agradar...”

Sou uma para cada pessoa, Monica mãe, Monica profissional, Monica aluna, Monica mulher. Monica pode tanto significar mulher sozinha como mulher única...

Eis minha duvida, como no meio de tanta gente como ainda consigo me senti só?

Será que estou perdida dentro de mim mesma, será que um dia vou me encontrar?

As perguntas chegam ao fim quando a Monica profissional é chamada para monitorar ligações.

5 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vinícius de Oliveira disse...

Muito bom, melhor que o anterior.
Seco, direto, objetivo, claro, revelador.

Fábio Marques disse...

Lindo...

Parabéns... ficou ótimo !!

Unknown disse...

"Como desmascarar um rosto de mil faces?"

Rodrigo M. Freire disse...

Meus semelhantes são diferentes deles mesmos, por isso te encontro.
Boa reflexão!