quarta-feira, 23 de julho de 2008

Noite de sonho

Uma coisa capaz de deixar um escritor sem palavras é lançar um livro, principalmente se este for seu primeiro. Esta frase que deixei em vários livros de meus colegas escritores que estavam, cada um vivendo seu momento único no dia 19 de julho, nas casas das rosas, na avenida paulista.

Quando eu era levada de carro para o evento escutei a seguinte frase: Você tem idéia de onde estar indo? A avenida paulista é o metro quadrado mais caro do Brasil, e seu lançamento é lá. Saia desse carro e vá, hoje é seu dia!

Sim eu estava com medo de sair do carro, medo de não estar bem vestida, medo de não ser eu que tinha meu nome lá, sei lá ter sido um engano...

Mas não, era verdade!

Eu entrei, encontrei o Leandro, companheiro de comunidade, escritor e critico. Trocamos autógrafos, eu sem saber o que escrever, escrevi qualquer coisa, juro que nem lembro o que foi, mas tenho certeza que foi com toda a emoção que eu estava naquele momento.

Para cada novo livro que me pediam o autografo eu colocava uma frase nova, não era excesso de criatividade não, era que realmente eu não lembrava do que tinha escrito antes.

Encontrei o Danny, que é simplesmente magnífico, como ele mesmo denominou Homem e Humano (acho que essa só ele e o Rick entendem).

O Edson, o homem que não dorme, falou algumas palavras, a Helena, minha “anja” da guarda também. Subimos todos nós, os autores, na escadaria da casas das rosas. Lembro apenas de ver uma fila e sentir meu coração na boca.

Os flashs das maquinas de várias pessoas que nunca tinha visto na minha vida lá embaixo, e eu junto com quase todos os 49 autores do Anno Domini, posando para a foto oficial.

Aplausos. Mais autógrafos. Minha voz começou a falhar. Mas nada que uma forçada na garganta não resolvesse.

Amigos bebendo vinho, todos rindo, inclusive eu, que estava falando cada vez mais rápido. Emoção, mãos suadas, e de repente a festa acabou! Todos estavam indo. Minha amiga teve que me chamar, tinha que ir.

Horas que nem vi passar, momentos impossíveis de descrever de forma precisa. Finalmente sou uma escritora, um sonho de infância, agora é uma realidade.

Voltei para onde estava hospedada junto com minha amiga, completamente afônica.

Dormi. Acordei atrasada para voltar para o Rio de Janeiro, mas cheguei a tempo de pegar o ônibus. Dessa vez sem ninguém contestar meu lugar... Ainda vendi um livro na volta, roca, mas mesmo assim falante...

De volta à minha casa, deitei e dormi... Acordei com a sensação de que tudo não passou de um sonho, mas foi pegar minha maquina e ver que foi verdade.

Mas ainda creio ter sido um sonho, meus contos em sua maioria provém de sonhos, estes passados para o “papel do word” da mesma forma que foi este que está no Anno Domini.

Sonhos são o combustível da humanidade, o que seria de nós se não houvesse pessoas sonhadoras? Ou loucos que se atreveram a escrever? Alguns registram a história, outros as emoções. E uma noite de sonho é a melhor descrição que consigo para o dia do lançamento do meu primeiro livro.

Ah! Já estamos na quarta feira e eu ainda estou afônica. Realmente um lançamento é capaz de tirar a voz de um escritor, em todos os sentidos. E olha que não bebi nada além de refrigerante lá!