domingo, 6 de abril de 2008

Diálogo virtual?

Buzinas. Gritos. Choro incessante de crianças. Cachorro latindo. Gritos. Falatórios.

Gargalhadas. Silêncio. O som rítmico do relógio. Falatório. Cachorro. Gato. Buzina. Gritos. Sirenes. Silêncio. Escuridão.

Rolo de um lado para outro da cama, não consigo dormir. O som do relógio me angustia. Acendo a luz. Segundo comprimido de clonazepam. Agora 4 mg me farão dormir.

Incomodo. Angustia. Impaciência. Tenho algo a escrever que não sei o que é. Se levantar e acender a luz não vou dormir mais.

Gritos. Risos. Bichos. Buzina. Em meio a esse caos uma voz quer falar. Eu tento ouvir, mas é impossível.

Troco de posição novamente. O relógio me informa que são 4 da manhã, já fazem horas que tomei a primeira dose mas o sono não vem. Tem algo dentro de mim que precisa sair antes de eu dormir. É vital.

Não tenho lápis nem papel próximos à cama.

Tapo-me com o edredom, tapo meus ouvidos, mas o silêncio total me incomoda. Preciso de barulho. Ligo o ventilador próximo à cama, só para fazer barulho mesmo.

A voz não sai da minha cabeça, ela me fala o que tenho para escrever, mas não consigo compreender, em meio a tantos outros sons.

Concentro-me no som do ventilador, outro ritmo, o sono não vem.

Levanto ligo o computador. E estou aqui digitando. Nada possui nexo. Gotículas de chuva caem no meu telhado. Nada possui nexo!

Agora que estou aqui de frente para o teclado a voz se calou. Todos os barulhos pararam. Até o relógio parou de me incomodar.

Tomo a 3ª dose do dia, pelo visto não vou acordar tão cedo... Se dormir com essa adrenalina que estou.

Não faço a menor idéia de onde esse texto vai parar, nem para que vai servir.

Só sei que eu levantei e a minha inspiração para escrever ficou na cama. Voltei a deitar na vã expectativa dela voltar, e nada.

Estou aqui de volta, ainda não sei fazendo o que...

Digitando um monte de caracteres que juntos formam letras e delas palavras, frases, textos.

Eu sei que o que eu tinha a escrever está aqui dentro, em algum lugar. Só não sei onde encontrar.

O sono chegou. Não sei se pelas doses cavalares de remédio. Não sei se foi que eu escrevi isso. É sem nexo sem sentido, mas é meu. Agora vou reler para dar um titulo.

Legal... Para não dizer outra coisa.

Levantei da cama, liguei o computador, apenas para escrever como é não dormir, e quando faço isso me dá sono... De tão interessante que o texto ficou.

Já sei que nome dá!

Será dialogo, é a primeira vez que falo comigo através do computador!

Agora vou dormir.