sábado, 13 de dezembro de 2008

Reflexão sobre a postagem: "Contradição: um pouco de mim, um pouco de ti, um pouco de nós."

http://rafaeldearaujointhedark.blogspot.com/2008/12/contradio-um-pouco-de-mim-um-pouco-de.html


Sempre nos perguntamos se estamos fazendo a coisa certa. A todo passo que damos e quando finalmente olhamos as conseqüências, vem a bendita pergunta: - o que fiz foi o certo?

Lembro-me das palavras de minha mãe quando eu reclamava de sua falta de atenção para comigo. Mas creio que antes terei que falar um pouco dela...

Verônica, para alguns uma mulher egoísta, uma péssima mãe que só pensa em si mesma, mas não para mim... Passado os anos vejo que ela estava mais que certa, e hoje a considero uma grande mulher, e a melhor mãe do mundo... Sabem por quê? Apenas por te me deixado viver minhas experiências e escolher, sozinha, o que eu queria fazer de minha vida.

Tivemos várias discussões, isso é fato, com eu adolescente jogando na cara dela: - Eu não pedi para nascer! E ela rebatia: - Você deve sua vida a mim, pois poderia ter feito um aborto!

Assim cresci, olhando ela vivendo sua vida pessoal e sua profissional, sempre fora uma grande mulher, bonita, sedutora. Ótima profissional. Nunca me faltou nada, tínhamos comida na mesa, roupas... Eu e meu irmão fomos criados com cada centavo do suor dela, pois nem eu nem ele temos pai. Sim, ela é mãe solteira...

E com isso teve que fazer escolha: Como trabalhar todos os dias até as 2 da manhã como cobradora de ônibus e não poder colocar meu irmão, na época com 3 anos, na cama. Como nunca acordar para colocar meu café da manhã...

Agora volto à frase que ela sempre me dizia: - Filhos crescem e se viver para eles viverá em vão!

Olhei para as mães de minhas amigas, que tinha tanta inveja no passado, mesa posta, café na cama... Almoço, jantar, família reunida na ceia de natal... E hoje o que elas são? Suas filhas são mães, como eu... E depois de terem passado a vida cuidando dos filhos, agora cuidam dos netos, para as filhas terem suas próprias vidas. Mas e elas?

Enquanto minha mãe que está com 50 anos vive como se tivesse 25, elas parecem ter 100... Minha mãe namora, sai à noite, toma cerveja, fuma, conta piada. Várias pessoas pensam que sou irmã dela, e não filha, pois com minha seriedade exagerada pareço ter muito mais que 27 anos. Não fumo, não bebo (e não condeno que o faz, só tenho minhas escolhas), só gosto de virar noites, mas sou caseira, somos opostas. Ela pinta seus cabelos de loiro, e eu gosto de manter minhas madeixas escuras, como sempre foram.

As minhas amigas queriam a minha mãe, e eu queria a delas. Ninguém está satisfeito com o que tem! Hoje não troco a minha mãe por nenhuma, pois a maior lição que ela me deu foi me deixar ser eu mesma. É essa lição que passo ao meu filho, não da mesma forma, claro, mas eu faço o possível para contrabalancear a minha vida e a dele.

Dou ênfase ao meu profissional, pois com isso conseguirei pagar melhores escolas, e assim evitar que meu filho estude em escola publica, como eu tive que estudar.

Assim tenho como pagar o curso de inglês, para que ele não precise aprender uma segunda língua sozinho, como eu fiz com o espanhol.

Poderei pagar o pré vestibular, para que ele não precise estudar em casa, com apostilas doadas, durante três anos de frustração para entrar numa faculdade federal.

E todos os dias eu digo a ele: - Cada passo que eu dou é para você, por você!

Espero do fundo do meu coração que ele entenda. E a postagem que o Rafael Araujo fez, só deixou essa idéia firme em minha cabeça. Lembrei-me de minha mãe... E mesmo com o dilema em mente, tentarei.

Viverei minha vida, auxiliando-o da melhor forma possível, pois terá o momento em que ele irá voar com as próprias asas. E quanto mais cedo ele se acostumar com isso, melhor irá se portar quando for sua hora de seguir sozinho.

Finalizo essa minha reflexão com a combinação de nomes que minha mãe me deu: Monica, que quer dizer, mulher sozinha, ou mulher única. E Helena, que significa aquela que ilumina.

Um dia, quem sabe, as pessoas que amo e tento iluminar percebem tudo que fiz...


E pela primeira vez assinando no blog com meu nome completo:


Monica Helena Sicuro.